SALVAR

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A palavra que ensina àquele que ensina



Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja bem a palavra da Verdade (II Timóteo, 2.15)

Wayne Cordeiro, em seu livro intitulado Mentores segundo o coração de Deus (Editora Vida), conta a história das Sequóias da Califórnia. Estas árvores foram plantadas há mais de quatro séculos e atingem alturas acima dos oitenta metros. São verdadeiros gigantes, sob os quais se constroem estradas que permitem a passagem de grandes veículos. 

Entretanto, Wayne Cordeiro chama a atenção para o fato de uma dessas imensas árvores ter caído, sem que houvesse uma explicação plausível para o fato. Foi necessário muito tempo de investigação para que os responsáveis pelo parque chegassem à conclusão de que a razão para a queda do “gigante” teria sido o enfraquecimento das raízes provocado pelo peso das pessoas que as pisoteavam.  Após esta constatação, foram colocadas cercas para a proteção das raízes e do solo ao redor das árvores. Os visitantes, agora, podem ver a árvore e dela se aproximar apenas dentro dos limites estabelecidos para a proteção da mesma. 



A história das sequóias é apresentada por Wayne Cordeiro com a finalidade de advertir o leitor para a imensurável necessidade de separar um tempo e um local de qualidade para o encontro diário com nosso Deus. Quando este cuidado não é observado, o cristão é pisoteado pelas infindáveis agitações da vida e pelos muitos cuidados deste mundo. O autor citado nos adverte para criarmos, em torno de nós, um espaço ao qual poderemos chamar de “solo sagrado”, ou seja, a demarcação de um tempo e um local específico para oração, leitura e meditação na Palavra de Deus. Sem este cuidado com nossa vida espiritual, podemos, literalmente, “desabar”, independente de quão grandes e fortes possamos nos considerar ou ser considerados pelos outros. Nenhum cristão pode considerar-se maduro o suficiente para abrir mão deste recurso. Da mesma forma, nenhum cristão deve considerar-se insuficientemente crescido para buscar este tipo de comunhão diária com o Senhor. Nenhum de nós deve deixar que as inúmeras e, muitas vezes, sufocantes atividades do dia-a-dia “pisoteiem” as raízes de nossa vida espiritual, pois o resultado pode ser a morte. A seiva que vem da Palavra de Deus precisa fluir das raízes para nosso tronco, galhos e folhas, para que os nossos frutos sejam viçosos e alimentem aqueles que nos foram confiados e para que nossa sombra seja abrigo para aqueles que andam desamparados.
A palavra de Deus é descrita na própria Bíblia como sendo essencial para vida cristã. Muitos símbolos ou figuras são utilizados na Bíblia para designar o que ela é e para enfatizar sua relevância na vida diária.  Vamos observar algumas dessas figuras:
Semente da vida eterna – O apóstolo Pedro, em sua primeira carta (versos 23 a 25) nos diz que fomos regenerados “não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva e cai a flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que nos foi evangelizada”. É na palavra de Deus que encontramos a semente que nos conduz ao novo nascimento ou à regeneração, conforme diz o texto de Pedro. É por meio da palavra que passamos da morte espiritual para a vida eterna. Não é por meio de obras que chegaremos à vida eterna. Não é possível comprar o acesso a Deus e ao céu. Aquele que não nasceu de novo não pode ver o reino de Deus. O novo nascimento resulta da atuação da palavra viva que desceu do céu (Jesus) e da palavra escrita que nos tem sido transmitida desde Moisés.
Alimento –  Mas, o novo nascimento é apenas o começo. Precisamos crescer na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo, que pagou o preço para que sejamos salvos. Se tivéssemos partido desta vida imediatamente após nossa conversão ou novo nascimento, certamente estaríamos com o Senhor, no céu, assim como ele prometeu ao ladrão na cruz. Mas, se Ele nos deixou aqui na Terra, após nossa conversão, certamente ele deseja que cresçamos na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (II Pedro 3.18). Todos nós sabemos que o recém-nascido precisa de alimento para crescer. Curiosamente, entretanto, o recém nascido não sabe disso. Pelo menos, ele não o sabe intelectualmente, da forma como nós o sabemos. Mas ele deseja o alimento. Ele deseja, ardentemente. Ele deseja, desesperadamente. Ele sente a pungente necessidade do alimento. Este desejo não tem nada a ver com desejo de crescimento ou de qualquer outro efeito secundário proporcionado pelo alimento. Ele apenas deseja o alimento porque não agüenta ficar sem ele. Suas entranhas o consomem, doem, geram agonia quando o alimento não é recebido na hora oportuna e da forma correta.  É assim que devemos desejar o genuíno leite espiritual que é a Palavra de Deus, conforme o texto de I Pedro 2.2: “desejai, ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual para que, por ele, vos seja dado o crescimento para a salvação”.
Pão da vida - Mas não podemos ficar na dependência de leite durante toda a nossa vida. Precisamos passar do leite para o alimento sólido, conforme nos adverte o autor da carta aos Hebreus (5.14): “o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, tem suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal”. A Palavra de Deus é também o pão diário do qual dependemos para nossa sobrevivência espiritual, nos momentos mais difíceis da nossa vida. Em Deuteronômio (3;8), lemos o seguinte:  “Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do senhor viverá o homem”.  Este é o texto utilizado pelo Senhor Jesus para enfrentar o tentador no deserto, após 40 dias de jejum.  Jesus pôde dizer que “não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus”, pois Ele não somente conhece o que diz o Velho Testamento, como é também a palavra de Deus,  encarnada, por meio de quem temos a vida eterna.  
Lâmpada – O salmo 119 verso 105 apresenta a palavra de Deus como sendo lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos. Minha irmã Elisa, há alguns anos atrás, foi missionária em uma tribo indígena no interior de Mato Grosso. De lá, ela me escreveu cartas muito lindas que guardo até hoje. Uma de suas cartas começava falando assim: “Inez, agora eu realmente sei o que o Salmo 119, 105 quer dizer quando menciona a lâmpada para os pés. Aqui a noite é tão escura que quando terminamos o culto e voltamos para casa, passando por um caminho estreito no meio do mato, cada um precisa ter sua própria lanterna para iluminar o próximo passo. Não adianta tentar utilizar a lanterna para iluminar o caminho à frente, pois a escuridão não permite que vejamos sequer onde colocamos o pé. Também não dá para confiar na lanterna do outro. Para não pisar num buraco, numa pedra ou numa cobra, a lâmpada tem que ser posicionada exatamente no lugar onde o pé deverá ser colocado”.
Nunca me esqueci desta carta da minha irmã. Cada vez que leio o Salmo 119 lembro-me dela. Mas também me lembro quando tenho que tomar alguma decisão difícil. Penso que preciso da palavra de Deus como lâmpada, iluminando o próximo passo que darei. Para tomar a decisão certa, preciso saber o que a Bíblia diz a respeito de todos os aspectos envolvidos na situação na qual me encontro. A lâmpada, a palavra, me mostra o próximo passo. O restante da caminhada será iluminado, pela mesma palavra,  que é luz para os caminhos. Na medida em que dou cada passo guiado pela palavra de Deus, posso caminhar pela fé, pois “Deus fará um caminho”, na medida em que ando por nele. O Senhor Jesus disse-nos para não andarmos ansiosos quanto ao dia de amanhã, pois basta ao dia o seu próprio mal.
Fogo e Martelo – Em Jeremias 23. 29, a palavra de Deus é apresentado como fogo e martelo: “não é a minha palavra fogo, diz o Senhor, e martelo que esmiúça a rocha? Portanto, eu sou contra estes profetas, diz o Senhor, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu companheiro. Eis que eu sou contra estes profetas, que pregam a sua própria palavra e afirmam: Ele disse”.  O texto do profeta Jeremias reforça a importância de conhecermos a palavra de Deus para não estarmos sujeitos ao engano que provém da pregação que se diz bíblica, mas que está fundamentada em sonhos, visões, argumentações, pretensões e manipulações humanas. Temos a palavra de Deus ao nosso alcance, como fogo que prova e purifica, revelando o que é eterno e o que é meramente intenção humana e pecaminosa. Para não andar como meninos, levados por qualquer vento de doutrina, é necessário conhecer a palavra e submeter a ela tudo o que ouvimos.
Certa vez um militar, amigo da família fez um curso para identificar notas falsas. Ele ficou intrigado ao descobrir que o curso estava quase acabando e ele tinha tido apenas contato com as notas verdadeiras. Noventa e cinco por cento do tempo do curso foi gasto na análise de todos os detalhes das notas verdadeiras. Apenas nos restantes cinco por cento do tempo é que os estudantes receberam notas falsas para analisar. A tarefa tornou-se, então, muito fácil, pois eles conheciam profundamente as notas verdadeiras. Identificar os mínimos traços de falsificação tornou-se quase brincadeira, pois estavam experimentados nas verdadeiras. Deveria ser assim também com as coisas espirituais. Se gastarmos nosso precioso tempo em contato com a verdadeira palavra de Deus, estaremos experimentados na verdade e saberemos identificar os enganos quando nos depararmos com eles. Mas se andarmos de um lado para outro, tentando discernir, por nossos próprios recursos e raciocínios, o que provém de Deus e o que não provém, teremos enormes chances de nos enganarmos e poderemos pagar um alto preço por isto, além de também conduzirmos outros ao engano.
Espada de dois gumes – Hebreus 4.12 nos diz: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e os propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença, pelo contrário, todas as coisas estão descobertas aos olhos Daquele a quem temos que prestar contas”. Você já ouviu falar de pessoas incrédulas que vão à igreja por motivos diversos e que ficam surpresas ou até irritadas ao perceberem que a mensagem pregada trata de assuntos que lhes dizem respeito? Alguns chegam a afirmar que alguém teria contado ao pregador os detalhes de sua vida particular pois somente isto explicaria o fato do pregador dizer tanta coisa que diretamente ligadas à sua experiência de vida. Já ouvi alguém se afastar totalmente do evangelho por julgar que os detalhes de sua vida foram expostos pelo pregador, de forma desrespeitosa, em público. Isto, às vezes acontece, mas não é o caso em relação  à pessoa à qual me refiro. A palavra de Deus atinge o âmago dos corações e mentes e traz à tona os pecados, sejam eles cometidos em atos, pensamentos ou intenções. Mas a palavra de Deus também traz à tona sentimentos de dor e perda, sentimentos de injustiça e solidão. E, por meio da palavra, podemos experimentar o perdão, a cura, a redenção, a restauração de sonhos e o desejo de recomeçar. Mas também pode acontecer o contrário. Algumas pessoas têm seu coração endurecido e se rebelam ainda mais, procurando todo tipo de motivo para manter-se distante da palavra de Deus. D. L Mood escreveu, em sua Bíblia, as sábias palavras: “ou este livro me afastará do pecado ou o pecado me afastará deste livro”.
A Bíblia é a querida palavra de Deus, que ensina a todo aquele que ensina. Não há outro lugar onde se possa achar maior tesouro de sabedoria do que na Bíblia. Não há outro lugar onde se possa encontrar maior fonte de inspiração do que nas fontes de águas vivas. Como mestres que somos, precisamos ler muitas coisas, ouvir muitas coisas. Precisamos estar afinados com as ultimas publicações em diferentes áreas do saber. Mas não podemos trocar o manancial das águas vivas por algumas cisternas rotas (Jeremias 2.12).  Nada pode substituir nosso tempo com a palavra de Deus.
Para terminar, pensemos no que diz o Salmo 119, versos 98, 99 e 100: “os teus mandamentos me fazem mais sábio do que os meus inimigos; porque aqueles, eu os tenho sempre comigo. Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos.  Sou mais prudente do que os idosos, porque guardo os teus preceitos”. Você gostaria de ser mais sábio do que os seus inimigos, ter maior capacidade de compreensão do que os próprios mestres e ser mais prudente do que os idosos? Pense nisto.
Uma pessoa com as características descritas nos três versos descritos acima seria, sem dúvida, uma referência. Uma pessoa mais sábia que os inimigos, com maior capacidade de compreensão do que os mestres e mais prudente do que os idosos é, certamente, um líder e um ensinador. E estas qualidades resultam da comunhão diária com a palavra que ensina. Nossa geração está carente de pessoas assim. Nossas escolas estão carentes de educadores assim. O mundo está indo de mal a pior por falta de pessoas assim. Você está disposto a tornar-se uma pessoa assim? Ou vai dizer que não pode ter este tipo de aspiração porque não tem tempo?
Lembre-se da sequóia e cuide para que sejam colocadas cercas em torno de suas raízes; cultive o hábito de priorizar o lugar secreto da comunhão diária com o Senhor. Valorize o terreno sagrado do seu contato pessoal e íntimo com Deus, diariamente. Deixe a Palavra que ensina ensinar a você, que tem a responsabilidade de ensinar a todos a guardar todas as coisas que Jesus tem ordenado (Mateus 28.20). 
Deus escolheu revelar-se ao mundo por meio da natureza, por meio de Jesus Cristo e por meio da palavra escrita. Em nosso país, milhões e milhões de pessoas não gostam de ler. Muitos milhares não sabem ler e outros tantos lêem e não entendem. A tarefa do educador é monumental. A ignorância, o analfabetismo, o analfabetismo funcional e a pouca apreciação pela leitura em geral é uma estratégia maligna para manter as pessoas afastadas do livro de Deus. Por isso, eu e você, que somos chamados como educadores e educadoras cristãos, temos que apegar-nos, cada vez mais, a esta maravilhosa palavra que ensina, para cumprirmos o nosso chamado de forma digna Daquele que nos chamou. Que assim seja com cada um de nós. Amém.
Em Aliança
Inez Augusto Borges 





sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O Tempo e as Promessas de Deus



Tenho pensado muito sobre o tempo e os processos de Deus em nossa vida..tenho aprendido que a maioria das coisas que Deus faz em nossa vida, acontecem dentro de todo um processo, que leva tempo.
Deus pode fazer tudo rápido, imediato, mas escolhe fazer no tempo Dele.
Ao ler o artigo abaixo pude confirmar o que tenho aprendido: o tempo e Deus.
Esta reflexão pode ser aplicada em nossas escolas e dentro do processo ensino-aprendizagem... há um tempo, precisamos crer e cultivar a persistência.
Com o fim de ano bem perto, muitas vezes ainda não vimos tudo que esperávamos em nossas escolas, alunos e professores acontecerem, mas aguarde Deus está trabalhando.
Divida com sua equipe  esta semana o texto abaixo, semeando assim esperança, fé e conhecimento de Deus.

Uma boa semana para todos!
Abraços,
Hélvia Brito


“Descansa no SENHOR, e espera nele; não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho…”. ~ Salmos 37:7
Certa vez precisei de um serviço gráfico para um projeto profissional em que estava trabalhando. Não tinha a menor ideia de como realizar a tarefa e acabei ligando para um amigo especializado no assunto pedindo ajuda.
“Envie-me o arquivo que eu vejo o que posso fazer” – Disse ele com a melhor intenção de ajudar.
3 minutos depois de desligarmos, para minha total surpresa – recebo por e-mail o arquivo concluído. Não acreditei no que estava vendo. Como ele conseguira terminar um trabalho que imaginei que fosse levar alguns dias em apenas poucos minutos.
Liguei para ele novamente para agradecer e aproveitei para demonstrar minha surpresa. Agradeci e disse que estava impressionado com o fato dele conseguir fazer tal trabalho em apenas 3 minutos.Para uma surpresa ainda maior ele deu uma resposta que me trouxe uma grande lição de vida.
“- Não foram apenas 3 minutos. Foram 20 anos e 3 minutos.”
Nada mais precisava ser dito. Eu havia entendido o recado. Aos meus olhos seu trabalho pareceu simples e rápido, mas fora feito em tão pouco tempo por todo empenho e dedicação que ele colocara ao longo de mais de 20 anos em sua carreira. Estudando, se especializando, experimentando, aprendendo e colocando em prática, para que hoje um serviço tão específico pudesse ser feito em apenas 3 minutos.

Aconteceu Da Noite para o Dia
Muitas vezes olhamos para o crescimento na vida de qualquer pessoa nas mais diversas áreas e temos a ilusão de que aquilo aconteceu da noite para o dia. De fato o importante avanço muitas vezes acontece de repente, mas o que deixamos de perceber é o tempo que levou para chegar até aquele ponto onde os resultados são obtidos.
A bíblia é repleta de histórias parecidas. Os irmãos de José se surpreenderam ao verem que aquele jovem que haviam largado em um poço havia se tornado governador da nação mais poderosa de sua época. Da última vez que eles o haviam visto, José estava abandonado e sem esperança. Eles não acompanharam tudo o que José havia passado até chegar àquela posição. Assim como José, muitos outros personagens bíblicos passaram por anos, ou até décadas de preparação até chegarem a uma determinada posição, lugar ou conquistarem algo importante.
Do dia em que Davi foi ungido como futuro rei de Israel por Samuel até o dia em que ele se tornou rei tanto de Israel como de Judá se passaram aproximadamente 20 anos, todos eles de muitas lutas, perseguições, preparação e dedicação até ele atingir o reinado. Aparentemente… do dia pra noite. Até mesmo sua vitória contra o gigante filisteu veio após anos de preparação. Antes de Davi ter matado o Gigante Golias ele já havia matado um leão e um urso com as próprias mãos.
Os israelitas caminharam por 40 anos sendo preparados no deserto até atingir a terra prometida. Abraaão só veio ser pai do filho que Deus o havia prometido aos 100 anos de idade. Noah passou 120 anos construindo a Arca até o dia em que o dilúvio chegou e ela foi usada. Moisés passou 40 anos sendo treinado no Egito e adquirindo sabedoria e só aos 80 anos de idade ele fora chamado por Deus para libertar o Seu povo.
Mas se olharmos todas estas histórias sem prestar muita atenção temos a impressão de que tudo aconteceu de repente, do dia para noite, sem necessidade de qualquer preparação, disciplina ou lutas. Muitas vezes acreditamos que Moisés fora chamado por Deus e começou seu ministério de repente, a partir do nada. Esquecemo-nos dos 80 anos que separaram Moisés de seu propósito. Os 100 anos que separaram Abraaão de sua promessa, os 120 anos que separaram Noah do cumprimento do seu chamado.
Na nossa vida muitas vezes olhamos para líderes ou pessoas bem sucedidas em diversas áreas e temos a impressão de que tal sucesso é aparentemente imerecido. Somos inclinados a achar que suas conquistas vieram sem dor, sem sofrimento, sem passar por derrotas ou frustrações. Mas se pudéssemos olhar para cada etapa na vida destas pessoas veríamos suas lutas, como foram disciplinados, quantas vezes erraram até finalmente acertarem e quantos problemas e dificuldades passaram até terem sucesso.
Abraham Lincoln é um grande exemplo disso. Ele foi um dos mais queridos presidentes americanos de todos os tempos e foi eleito para o cargo de presidente em 1860. Contudo sua história até se tornar presidente começou muito antes disso.
         Em 1816 sua família foi expulsa da casa onde moravam e ele teve que trabalhar para ajudar no sustento da casa, aos 7 anos de idade.
         Em 1818 sua mãe morreu
         Em 1931 ele levou à falência a empresa que criara anos antes
         Em 1832 ele foi mandado embora do seu emprego e não conseguiu ser aprovado para ingressar na faculdade. No mesmo ano tentou concorrer para legislatura, mas foi derrotado.
         Em 1833 Ele pegou um empréstimo com um amigo para iniciar um novo negócio e no mesmo ano faliu. Ele levou 17 anos para pagar toda sua dívida.
         Em 1834 Ele foi eleito para legislatura do estado de Illinois
         Em 1835 Sua noiva faleceu
         Em 1836 ele teve colapso nervoso e passou 6 meses de cama. No mesmo ano ele foi reeleito para legislatura do estado de Illinois.
         Em 1838 Se elegeu para ser porta voz do estado, mas foi derrotado
         Em 1839 Se tornou advogado
         Em 1840 Defende seu primeiro caso e foi Reeleito para legislatura
         Em 1843 Foi derrotado tentando ser nomeado para o Congresso
         Em 1844 Se torna sócio minoritário de uma empresa de advocacia
         Em 1846 foi Eleito para o Congresso
         Em 1848 Concorreu à reelieção e foi derrotado
         Em 1849 Aplicou para advogar na Suprema Corte dos EUA e foi rejeitado
         Em 1854 Concorreu ao Senado dos EUA por Illinois e foi derrotado
         Em 1856 foi derrotado na sua candidatura para a nomeação para vice-presidente
         Em 1858 foi novamente derrotado para o Senado dos EUA
        Em 1860 Foi Eleito Presidente dos EUA
Todos os planos de Deus para sua vida precisam ser trabalhados, às vezes ao longo de muitos anos, até serem estabelecidos. Sua parte em cumpri-los está em aguardar com paciência, obedecer com reverência, trabalhar com afinco, cooperar com confiança, suportar com perseverança, aceitar a disciplina com temor e não desprezar os pequenos passos, pois o próprio Deus se agrada deles. Todo restante depende exclusivamente de Deus e basta a você apenas colaborar para que os perfeitos planos de Deus se cumpram em sua vida.
Agindo assim, um dia, quando você menos esperar, os frutos de anos sacrificados em busca dos seus sonhos irão aparecer e se tornarão evidentes em sua vida. Neste dia toda luta e dedicação trará sua recompensa, os planos de Deus para você serão completamente cumpridos e por mais que você saiba quanto tempo eles levaram para se realizar, aos outros sempre parecerá que eles aconteceramda noite para o dia.

“se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará.” Habacuque 2:3


Jerry Strazzeri
Mora em Sydney Austrália desde julho de 2006 com sua esposa Michelle. Ambos trabalham em TI e juntos estudam na faculdade de teologia australiana Alphacrucis. em parceria com a Hillsong Church São membros da Hillsong Church em Sydney onde servem no ministério de TV&Media da igreja.




quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Promessas para Professores Semeadores





Promessas... promessas... promessas... como queremos que elas se concretizem em nossas vidas. A frustração advinda do não cumprimento de uma promessa é algo doloroso de suportar, porque mexe com nossa confiança no outro, destrói esperanças e rompe amizades.

Muitos professores esperam o cumprimento de promessas humanas em relação às suas carreiras. Não é para estes que escreverei. Escreverei para aqueles que têm em Cristo a convicção do seu chamado. Escrevo para aqueles que amam com todas as suas forças e com todo entendimento a tarefa de educar, que se propuseram a cumprir por obediência ao Mestre dos mestres. Para estes professores existem muitas e grandiosas promessas, feitas por um Deus que não mente, não trai e não frustra nossas expectativas, mas que é fiel para cumprir o que prometeu.  

·         Eclesiastes 11.1,4,6  -   “Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás. Quem somente observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará. Semeia pela manhã a tua semente e à tarde não repouses a mão, porque não sabes qual prosperará; se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boas.

·         Salmo 126.5,6 – Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes”.

·         Daniel 12.3 – “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente.”

Quem ensina tem em seu ofício uma semelhança com o Criador, que trouxe à existência o que antes não era; e o fez com planejamento, com um propósito especial e individual para tudo, em um ato criativo intencional. O professor, como em uma paráfrase, também traz à existência seres humanos que antes não existiam, e o faz com planejamento (ah, os planejamentos!) com objetivos, com intenção no ato educativo do ser humano que se coloca diariamente em sua classe, tendo necessidades, qualidades e defeitos que o caracterizam como único em todo o universo.

Diante de alunos muitas vezes imaturos, indisciplinados, inquietos, irresponsáveis, o professor convicto de seu chamado, persevera a lançar a preciosa semente da educação, trabalhando incansável, árdua e amorosamente, marcando definitivamente a vida de seus alunos, que jamais serão os mesmos. Novas criaturas surgirão, pessoas que não conhecíamos se colocaram diante de nós, diante de suas famílias, diante da sociedade com posturas transformadas, com ideias inovadoras, com atitudes inéditas, surpreendendo a todos. E o mestre destes alunos transformados, onde estará?

O mestre estará lá também, resplandecendo sempre e eternamente, através da influência que exerceu enquanto talhava o caráter, pacientemente (nem sempre...), dia após dia, em um ato de fé, crendo que o resultado viria.

Ensinar é sim, tal qual o ato de semear, um ato de visão de fé. Visão seria algo que ainda não é realidade, mas que pode vir a ser mediante uma ação intencional (ou um conjunto de ações coerentes) de quem vê, de quem acredita. A visão traz em si a força da fé, que chama à existência as coisas que ainda não são como se já existissem. Visão é mais que simples desejo, esperança ou ideia; é comprometimento.

O professor convicto de seu chamado é comprometido com seus alunos, com as famílias dos alunos, com a instituição a que serve, mas acima de tudo isto é alguém comprometido com Cristo. Este comprometimento o leva a semear sem olhar para as condições, muitas vezes adversas. A visão de fé requer confiança total, plena e irrestrita em Deus e Sua soberania, colocando-se sempre à disposição para que Ele realize nos alunos o que planejou para eles. Esse professor submete a semeadura ao Criador diariamente para que os planos perfeitos se estabeleçam, para que as sementes certas prosperem, cresçam e frutifiquem.

Que grande privilégio o nosso! Enfeitar o mundo de Deus com belas criaturas, esculpidas à imagem de Cristo por nosso intermédio, através do maravilhoso trabalho de educar. Este poder colocado em nossas mãos já bastaria, mas Deus foi além. Para aqueles que forem bons mordomos de seus talentos como educadores, que trabalharem sempre dependentes do Espírito para semear na vida dos alunos, há promessas, promessas maravilhosas! Ceifaremos com júbilo, resplandeceremos como as estrelas, sempre e eternamente, dentre outras promessas que certamente serão cumpridas.

Vale à pena perseverar e se aperfeiçoar. Somos ferramentas para o trabalho educativo de Deus na vida dos pequeninos que Ele colocou sob nossa autoridade. Temos nas mãos este precioso talento e este chamado sobremodo importante, digno, nobre. Podemos formar seres humanos melhores na exata proporção em que nos colocamos à disposição do Espírito Santo para guiar muitos à justiça. Sejamos, portanto, ferramentas melhores, mais afiadas pelo conhecimento adquirido constantemente, pela capacitação técnica; ferramentas bem lubrificadas pelo óleo do Espírito em nossos corações através de uma comunhão íntima.

Ferramentas ruins são abandonadas e acabam enferrujando. Boas ferramentas são usadas com mais frequência. Lembre-se disso, professor semeador! E que o Senhor Deus lhe abençoe neste e em todos os 200 dias letivos de cada ano. 

Alcione Souza

segunda-feira, 8 de outubro de 2012


Estações do Ano e Estações da Vida

“Ele é quem muda o tempo e  as estações ...Daniel 2:21”

Assim como na Natureza, nossa vida também passa por estações. A escola e suas dinâmicas também.
Há momentos em que parece que tudo o que fazemos floresce: nossas ideias, nossos projetos, nossos pequenos gestos de amor e ternura com  o próximo. Nesse tempo, levantamos de manhā cheios de ânimo, de sonhos e tudo nos parece possível. Plantamos com fé e colhemos com alegria. Estamos na primavera.
Por vezes somos surpreendidos ao ver que aquela flor tão linda,  agora perdeu as suas folhas, ficou mais feia e triste. Nesse momento é preciso deixar descansar as expectativas, se tornar amigo da paciência e assumir que o descanso é necessário para nos fortalecer para novos desafios. Pode parecer que os investimentos fracassaram e os sonhos morreram, mas estão apenas adormecidos, esperando o momento certo para ressurgir com toda beleza! O frio que faz as pessoas se esconderem dentro de seu interior, a solidão do escuro que chega antes do fim da tarde, logo vai passar. Mas enquanto não passa, você busca mais a Deus, você ora mais. Chegou o outono.
Quando o inverno chega precisamos tanto uns dos outros! Que tempo é esse? Nos perguntamos! Porque de repente me sinto tão frágil, precisando tanto de ajuda! Já não posso fazer tudo sozinha, parece que unindo-me ao outro fico mais forte, chego mais longe.... Difícil lição, perco o controle da minha vida e a perfeição que busco só encontro no calor do Corpo de Cristo, que traz diversas contribuições que me aquecem a alma e amenizam o frio.
Chega então o tempo de sair do casulo, inovar, arriscar, correr para longe, lançando sobre Deus toda nossa ansiedade. Deixamos o vento do Espírito levar embora as tristezas e mágoas, deixamos o sol trazer luz àquele quarto escuro em que não deixávamos ninguém entrar. Agora há muito sol, agora há gente na rua, há som de crianças brincando, há novos recomeços. O sol inspira a vida ao ar livre, aquece o coração frio. O calor aquece o coração que ama, que perdoa e que acredita nos milagres dos recomeços. É verão.
A nossa vida, o nosso trabalho, a nossa escola, também passam por estações, cabe a nós aproveitar o melhor que cada uma tem a oferecer, pois todos tem a permissão de Deus para existir e são dotadas de Grande Beleza.

Ana Beatriz Rinaldi

O temor do Senhor como fundamento para a dignidade da criança
Contraste entre uma visão da criança do rei e do súdito

E levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José; O qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito, e mais poderoso do que nós.
Eia, usemos de sabedoria para com eles, para que não se multipliquem, e aconteça que, vindo guerra, eles também se ajuntem com os nossos inimigos, e pelejem contra nós, e subam da terra. E puseram sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com suas cargas. Porque edificaram a Faraó cidades-armazéns, Pitom e Ramessés. Mas quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam, e tanto mais cresciam; de maneira que se enfadavam por causa dos filhos de Israel. E os egípcios faziam servir os filhos de Israel com dureza; Assim que lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro e em tijolos, e com todo o trabalho no campo; com todo o seu serviço, em que os obrigavam com dureza.
E o rei do Egito falou às parteiras das hebreias (das quais o nome de uma era Sifrá, e o da outra Puá), e disse: Quando ajudardes a dar à luz às hebreias, e as virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas se for filha, então viva. As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito lhes dissera, antes conservavam os meninos com vida. Então o rei do Egito chamou as parteiras e disse-lhes: Por que fizestes isto, deixando os meninos com vida? E as parteiras disseram a Faraó: É que as mulheres hebreias não são como as egípcias; porque são vivas, e já têm dado à luz antes que a parteira venha a elas.
Portanto Deus fez bem às parteiras. E o povo se aumentou, e se fortaleceu muito. E aconteceu que, como as parteiras temeram a Deus, ele estabeleceu-lhes casas. Então ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida
”.   Êxodo 1:8-22

No texto acima podemos perceber que enquanto o Faraó possuía uma visão rebaixada de valor para com as crianças e preocupava-se apenas com seus próprios interesses, os seus súditos, neste caso, as parteiras egípcias, por temerem a Deus não matavam as crianças hebreias, mas poupava-as e deixava-as com vida. Elas tinham uma visão mais elevada das crianças que o faraó e por isto foram abençoadas.
Para o “imponente e importante” faraó não fazia a menor diferença assassinar aqueles pequeninos desta forma ou mesmo, no seu segundo decreto, ainda mais terrível, de lança-las nas águas do Nilo. Para ele, certamente os via apenas como animais, como mais uma praga qualquer que poderia ser eliminada desta forma. Esta visão rebaixada da importância da vida humana e da dignidade inerente a ela, tem produzido ao longo da história as maiores atrocidades que o homem seja capaz de fazer.
Por outro lado, as parteiras1, na sua simplicidade, possuíam uma visão bem mais elevada da criança, pois foram incapazes de cometerem o desatino proposto pela autoridade, mesmo correndo o risco de perderem a sua vida, pois contrariaram as intenções do rei. Para estas mulheres estas crianças não passavam de filhos de escravos, filhos de outro povo e que aos olhos dos seus governantes, despontavam como uma futura ameaça aos interesses econômicos da sua nação. Mesmo diante de toda esta condição desfavorável aquelas crianças indefesas e filhos de escravos, estas parteiras viram dignidade em suas vidas e as pouparam.  O texto afirma categoricamente o motivo desta escolha e da atitude tomada por elas. Elas temiam a Deus! O temor a Deus humaniza e promove a vida. Somente o temor a Deus leva o homem a suplantar as suas conveniências egoístas para valorizar a vida e a dignidade humana independente de sua condição social ou econômica.
Toda a sociedade que deliberadamente escolhe o afastamento de Deus, escolherá também comer o fruto do desvalor para com a vida humana. Quanto mais descristianizada for uma sociedade, mais rude e atroz ela será, pois a essência da dignidade humana reside no temor a Deus.
[ ... ] Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.  [ ... ] Não há temor de Deus diante de seus olhos.     Romanos 3:8-18
Uma visão elevada acerca das crianças começa com o temor a Deus. Uma sociedade que não teme a Deus será capaz de fazer qualquer atrocidade com suas crianças, bastando apenas para isto ver ameaçado qualquer um dos seus desejos egoístas. Somente o temor a Deus é a garantia de atenção e respeito à dignidade inerente a criança apesar da sua fragilidade. E, para aqueles que assim procederem, poderá sempre contar com um Deus pronto a deliberar o seu favor e bênção.
[...] portanto, Deus fez bem as parteiras.
O interessante é pensar que uma destas crianças preservadas foi possivelmente o próprio Moisés que veio a ser no futuro o grande líder usado por Deus para libertar todo o seu povo do regime de escravidão egípcio e o reconduzindo para a sua terra de herança como um povo livre e uma nação. Com este fato, podemos concluir que estas parteiras egípcias ingressaram num time dos grandes heróis da fé e que passaram a tomar parte da grande história de redenção da humanidade.

Voltando ao pensamento principal sobre o temor a Deus e sua influência numa cultura, percebemos que: Quanto mais uma cultura se descristianiza, mais o homem é desumanizado ou mais desumanizado o homem se torna, pois Cristo é a expressão máxima da humanidade mais "humana", se assim podemos dizer.

Em Cristo o Criador manifestou de forma límpida e cristalina o paradigma de homem idealizado por Ele para a humanidade. Assim, quanto mais nos afastarmos deste referencial, a nossa visão se embota e mais torpe se torna, dirigindo o leme das nossas escolhas apenas orientado pela vontade e pelos desejos egoístas.
Resta-nos o desafio de, como educadores cristãos, rejeitarmos determinadas ordens dos “faraós de dia” com os seus decretos de morte à candura da infância, morte a dignidade da criança, expondo-as desde cedo a toda prática indecorosa e tantos outros decretos travestidos de um discurso científico e sociológico para nos portarmos de forma semelhante a estas parteiras1 egípcias por temor a Deus. Será que teremos coragem? Estamos dispostos a correr o risco? Aqui convém lembrar a promessa expressa também no texto que Deus se colocará em favor daqueles que se levantarem para esta luta.  Qual tem sido a nossa visão para com as nossas crianças? Elevada, que contempla dignidade e valor em cada uma delas ou rebaixada, que não vê nenhum problema em destruí-las, desde que seja “cientificamente comprovada” esta necessidade?

Por Rubens Cartaxo


1.
A palavra 'ensinar’ em hebraico hanakh como em Provérbios 22:6 significa iniciar; disciplinar; dedicar; treinar.  O cognato hebraico hekh significa palato ou órgão da boca vital à fala.   Esta palavra hebraica é uma figura de uma parteira que, imediatamente após o parto, pega os seus dois dedos e limpa o muco da boca da criança recém-nascida para permiti-la respirar o oxigênio sozinha - a parteira é alguém que a inicia em um ambiente para vida.  Este é o conceito judeu de “ensinar uma criança” ou educar uma criança. [Manual do professor AMO, 2010]

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A importância do planejamento


Definições:
Planejamento: ato ou efeito de planejar; serviço de preparação de um trabalho, de uma tarefa, com o estabelecimento de métodos convenientes para alcançar um objetivo.

Planejar: elaborar o plano ou a planta de; projetar; organizar plano ou roteiro de; programar; ter a intenção de; tencionar.

Plano: superfície plana limitada que possibilita uma visão geral do todo;
projeto, esboço, desenho (de uma construção, um jardim, uma obra qualquer); por derivação: no sentido figurado, projeto ou programa elaborado que se destina a uma determinada finalidade; conjunto de medidas, de ordem organizacional, social, econômica etc., que visam a determinado objetivo.

Improviso: tudo aquilo que é feito ou dito sem preparação, sem ensaio prévio, sem planejamento. O improviso é irmão do risco.

Imediatismo: tendência para a simplificação na maneira de proceder, dispensando planos e rodeios; tendência a agir em função do que oferece vantagem imediata, sem considerar as consequências futuras.

Fundamentos para o planejar

1.      Planejar como um paradigma de governo
Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Lc 14:28
Eu planejo, eu faço, eu avalio. Este é um pensamento governamental.
Planejar à Realizar(executar)  à Avaliar
Este é um dos padrões de pensamento de Deus com os quais governa a sua criação. Este pensamento é muito claro desde a primeira semana. Temos na cultura brasileira um senso comum muito arraigado em ralação ao fazer as coisas de improviso e sempre procurando fazer a mais urgente. Tanto o planejamento das ações como a avaliação delas, são igualmente importantes no processo. Nenhuma destas etapas deve ser negligenciada, pois comprometem o todo na realização de um trabalho eficiente. Um trabalho somente é considerado eficiente, quando se cumpre estas etapas.
O planejamento por sua vez é essencial. É nele que poderemos ter a visão do todo, onde poderemos fazer e refazer, onde trabalhamos a imaginação e poderemos ver antecipadamente em nossa mente o que ainda não foi realizado, esta é uma faculdade elevada da mente que foi dada por Deus ao homem. Planejar está diretamente ligada a capacidade de imaginar. Quando planejamos temos a rica oportunidade de pensar antes o que vamos fazer e escolhermos o melhor caminho para alcançar o objetivo proposto. É aqui onde avaliamos os recursos que dispomos para a realização de um trabalho. É aqui onde poderemos perceber os possíveis fracassos e falhas. É aqui que poderemos consertar e aprender com os erros passados e alheios. É no planejamento que remimos o tempo e aproveitamos melhor os recursos. Sem planejamento corremos o risco do desperdício. Um bom planejamento não é a garantia do sucesso, porém é um excelente passo na direção dele.
Aplicando à educação,  estamos procurando desenvolver um padrão de pensamento em governo que se constitui a partir do paradigma do planejamento, da realização e da avaliação para todo o processo educativo e isto não apenas direcionado para os alunos. A escola inteira deve acontecer e ser sustentada a partir deste paradigma.
Somos movidos a este sentimento de realização e significado do que fazemos. Um bom planejamento promove melhor sentimento de realização pessoal e coletiva, pois nos possibilita a contemplação a percepção do que foi feito.
Quando não planejamos já nos é imposta uma grande dificuldade para uma boa avaliação. Comprometemos diretamente a avaliação quando não fizemos o planejamento, pois, o que vamos avaliar afinal? Quais os critérios serão observados? Ficará sempre vago se o objetivo final foi alcançado ou não e ainda, se o trabalho foi realizado da melhor maneira.

2.      Rompendo com o imediatismo e improviso
Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.
Salmos 90:12
Os planos bem elaborados levam à fartura; mas o apressado sempre acaba na miséria. Provérbios 21:5
Estas são duas características muito presentes na nossa cultura. Somos tentados por um lado a negligenciarmos o planejamento das nossas ações e procedermos sempre pela via do imediatismo e do improviso. Nos iludimos com a sensação de que não podemos parar para planejar e muito menos para avaliar. Temos sempre muito o que fazer e assim continuamos sempre neste ciclo imperfeição e baixa qualidade no que fazemos. Nos aparenta uma perda de tempo quando paramos para planejar. Também não há tempo para olhar para trás e repensar o que saiu errado, falhamos sempre até que nos acostumamos com dos erros, desperdícios e relaxamento. Uma compreensão correta do paradigma proposto nos afastará deste mal e nos fará ganhar tempo planejando e avaliando o que pretendemos fazer. Esta é uma maneira sábia e elevada de agir na vida.

3.      Equilíbrio entre o planejamento e dependência divina
Em sua presunção o ímpio não o busca; não há lugar para Deus em nenhum dos seus planos. Salmos 10:4
Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos. Provérbios 16:3
Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do Senhor. Provérbios 19:21
Aqui temos o equilíbrio entre a soberania de Deus e o planejar do homem. Não podemos prescindir do planejamentos por achar que Deus já tem o plano. Temos que fazer os nossos planos, mas considerar sempre o lugar de Deus neles. Quanto observamos no quadro abaixo a manifestação interna e externa deste princípio e os seus dois extremos, podemos concluir:

Princípio
Interno
Externo
Extremo 1
Equilíbrio
Extremo 1
Soberania Mt 8:5‐10  e II Tm 3:5

Poder
Forma
"Eu não planejo, tão
somente sou guiado pelo Espírito"
"Vou planejar meu dia, mas serei sensível à direção do Espírito"
"O Espírito de Deus
sempre trabalha
dentro de meu plano. Não gosto de mudanças"
Recorte do quadro apresentado no Parent Teacher Manual, Paul Jehle – Curso III da Aecep, pág 74.
O fluir do poder de Deus, na manisfetação da sua soberana vontade, autoridade e poder de gerar e promover vida somente pode acontecer quando existe uma forma por onde este poder possa fluir. Daí podemos concluir a importancia de planejarmos e estabelecermos esta forma(os nossos planos) por onde os benefícios deste poder vivificador possa escoar.
Quando Deus desejou abençoar todas as famílias da terra ele propôs um plano em aliança com Abraão. Esta seria uma forma por onde o seu poder pudesse fluir. Ele chamou Abraão, propõem a fundação de uma nação a partir dele, estabeleceu alianças, deu instruções, princípios até que a sua bênção pudesse chegar a cada família hoje.
Quando quiz abençoar os descendentes de Abraão com libertação da escravidão egípcia, ele propõem novamente um plano por onde foi possível diversas manifestações do seu poder em favor do povo. Foi necessário criar uma forma por onde poderia fluir o seu poder redentor e libertador. Esta forma é o plano mediante a sua execussão. Quando Moisés entendeu o plano e os seus objetivos e se lançou na tarefa de realizá-lo, pode então ver as muitas ações do poder de Deus fluindo em favor do povo.
Quando desejamos a bênção de Deus para uma obra, devemos nos lançar primeiramente a elaborar um plano entendendo que através dele o poder de Deus poderá fluir e agir em favor da consecusão dos objetivos estabelecidos. "Me preparei e algum dia terei a minha oportunidade." Abraham Lincoln
Conclusão:
Assim, podemos perceber que o planejar é uma grande virtude a ser desenvolvida.  É sábio aquele que planeja. Precisamos mudar esta cultura do imediatismo e do improviso reinante no nosso país. Este pensamento gera desperdícios, obras pela metade, falta de objetividade, baixa produtividade, baixa qualidade, imprevisibilidade e tantos outros problemas. Precisamos urgentemente cultivar uma cultura do planejamento para crescermos na nossa qualidade educacional. Educação é processual e portanto é imperativo um planejamento. A educação também propaga a filosofia de vida da próxima geração, portanto a cultura do planejamento e da avaliação deve ser cultivada nas salas de aula hoje para que amanhã colhamos frutos de uma sociedade mais eficiente, pronta a entender e cooperar para o cumprimento dos planos elevados de Deus para redenção do homem.
Rubens Cartaxo